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Medicina Regenerativa 2020: de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.

Finalmente foi publicada a norma que regulamenta o uso de células-tronco e outros produtos usados em Medicina Regenerativa, para uso clínico no Brasil. O que é Medicina Regenerativa? A clara definição deste termo é fundamental para o desenvolvimento desta área. De acordo com Mason & Dunnill, “A medicina regenerativa substitui ou regenera células, tecidos ou órgãos humanos, para restaurar ou estabelecer a função normal” (1). Como? Através da interação de diversas áreas do conhecimento científico: biologia celular e molecular, biomateriais e nanotecnologia, engenharia de tecidos, genética, imunologia e o que mais a imaginação do pesquisador puder alcançar. O termo “Medicina Regenerativa” foi usado pela primeira vez em um artigo de 1992 sobre administração hospitalar escrito por Leland Kaiser. O artigo de Kaiser termina com uma série de parágrafos curtos sobre tecnologias futuras que impactarão os hospitais. Um parágrafo tinha “Medicina Regenerativa” como um título impresso em negrito e afirmava: “Um novo ramo da medicina se desenvolverá que tentará mudar o curso da doença crônica e, em muitos casos, irá regenerar sistemas orgânicos degenerados ​​ou com falhas”. O uso generalizado do termo entretanto é atribuído a William A. Haseltine (fundador da Human Genome Sciences). Haseltine foi informado sobre o projeto para isolar células-tronco embrionárias humanas e células germinativas embrionárias na Geron Corporation em colaboração com pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison e da Escola de Medicina Johns Hopkins. Ele reconheceu que a capacidade única dessas células de se diferenciar em todos os tipos de células do corpo humano (pluripotência) tinha o potencial de se transformar em um novo tipo de terapia regenerativa. Explicando a nova classe de terapias que essas células poderiam possibilitar, ele usou o termo “Medicina Regenerativa” da maneira que é usada hoje: “uma abordagem à terapia que emprega genes, proteínas e células humanas para crescer novamente, restaurar ou fornecer substituições mecânicas para tecidos que foram feridos por trauma, danificados por doenças ou desgastados pelo tempo e oferecem a perspectiva de curar doenças que hoje não podem ser tratadas com eficácia, incluindo aquelas relacionadas ao envelhecimento ” (2). Na última década, houve um aumento enorme no interesse de usar terapias biológicas baseadas nos conceitos de Medicina Regenerativa, para cuidar de pacientes com lesões do sistema locomotor. Além de aliviar sintomas, a ideia é encontrar uma forma de frear a evolução da osteoartrite e outras patologias que poderiam destruir progressivamente a articulação. Nos Estados Unidos criou-se a expressão “orthobiologics” para se referir a estas terapias biológicas. No Brasil, o termo mais usado continua sendo Medicina Regenerativa. As terapias biológicas mais usadas em ortopedia atualmente são as que utilizam células autólogas, ou seja da própria pessoa. São exemplos bastante conhecidos o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e as células mesenquimais obtidas da medula óssea (BMAC) ou da gordura (Lipogens). Enquanto o uso destas terapias parece ser bastante promissor, ainda existe muito preconceito e questionamento a respeito da eficácia destas terapias. Em geral, raros procedimentos cirúrgicos praticados diariamente foram tão cobrados ou questionados quanto as técnicas de medicina regenerativa.  Apesar disso, a pressão de mercado e a pressão dos pacientes tem levado ao uso clínico indiscriminado, muitas vezes em situações mal indicadas. No Brasil, o uso de terapias biológicas é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Enquanto nos Estados Unidos e Europa o uso já autorizado, no Brasil aguardamos a conclusão da trilogia regulatória da ANVISA:
  1. RDC 214 de Fevereiro de 2018: dispõe sobre as Boas Práticas em Células Humanas para Uso Terapêutico e pesquisa clínica, e dá outras providências.
  2. RDC 260 de Dezembro de 2018: dispõe sobre os procedimentos e requisitos regulatórios para a realização de ensaios clínicos com produtos de terapia avançada investigacional, (RDC 260 de Dezembro de 2018)
  3. A terceira e última RDC ainda não foi publicada, mas foi colocada para consulta pública no segundo semestre de 2019. Prepara o lançamento em breve das normas para uso clínico e comercialização dos produtos de terapia avançada, o que permitirá finalmente o uso clínico em hospitais e consultórios.
A permissão para uso clinico de produtos de manipulação mínima, tais como o PRP e o BMAC, em países da América do Norte e Europa, resultou em um aumento brutal do uso destas terapias na área da Ortopedia e Traumatologia e principalmente na Medicina Esportiva. Em 2015 a Academia Americana de Cirurgiões Ortopedistas (AAOS) organizou um simpósio com diversos especialistas de diferentes áreas do conhecimento, chegando à conclusão de que a Medicina Regenerativa deve ser implantada progressivamente no arsenal terapêutico dos ortopedistas, mas com uma abordagem translacional fundamentada em sólidas bases científicas (Medicina Baseada em Evidências). A colaboração entre pesquisadores, agencias reguladoras e a indústria é fundamental para atingir este objetivo (3). Apesar deste consenso, o uso indiscriminado e desordenado de terapias biológicas em consultórios médicos contrasta com a abordagem promissora que vem sendo realizada por grupos de pesquisa sérios, transformando as descobertas mais recentes nas áreas de cultura celular, biomateriais e engenharia de tecidos, em terapias inovadoras nas mais diversas especialidades médicas. Alguns produtos de terapia avançada já chegaram inclusive ao mercado após rigorosos testes e ensaios clínicos. São exemplos produtos como MACI (Vericel, USA) e o Spherox (Co.Don, Germany) usados para o tratamento de lesões isoladas da cartilagem e o Invossa (Kolon Tissue Gene, South Korea), usado no tratamento da osteoartrite. No futuro breve, será possível iniciar o uso clínico de tais produtos no Brasil, mas antes é preciso combater o preconceito e estimular o progresso e a inovação através de práticas sérias e comprovadas, com o endosso das agencias regulatórias como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), das entidades de classe como o CFM (Conselho Federal de Medicina) e das sociedades de especialidades médicas, como a SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). Autores: Alessandro R Zorzi, Ângela C M Luzo
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A Revolução dos Ortobiologicos

Os chamados Ortobiologicos formam um conjunto de produtos , autólogos ou não, que são formados por um concentrado de células ou fragmentos celulares e ate micropartículas. São eles o PLASMA RICO EM PLAQUETAS, OS PRODUTOS DA MEDULA OSSEA (ASPIRADOS ou CONCENTRADOS), OS ENXERTOS DE GORDURA FRESCA, AS CELULAS TRONCO MESENQUIMAIS, dentre outros. Esses concentrados são processados, na maioria das vezes, por centrifugação e coleta. Este processamento pode ser fechado, por kits (machine) que já vem prontos da indústria ou de forma manual (handmade). Existem vários fatores que influenciam nesses preparados e uma heterogenidade de produtos estão disponíveis hoje no mercado Norte-Americano. Os Ortobiológicos vem com uma proposta terapêutica de estimular o processo de vascularização e cicatrização em tecidos que estão degenerados ou em degeneração. A capacidade de regeneracao desses produtos depende muito do metabolismo do tecido a ser tratado. Atualmente a Medicina esta assistindo a uma grande quantidade de publicacoes na área cientifica. Quando fazemos uma pesquisa no PUBMED com o termo Platelet-rich Plasma nos encontramos o numero altíssimo de 9722 publicacoes. Se colocarmos o termo Bone Marrow Aspirate nos encontramos 2663 e Bone Marrow Concentrate 458 publicacoes. Já o termo Bone Marrow Aspirate Concentrate e menos citado e consta um achado 141 referencias. A busca com desse numero expressivo de cientistas e clínicos escrevendo as suas ideias, projetos, resultados e muitos estudos clínicos em humanos nos leva a considerar o tema como revolucionário. Ao nosso ver os Ortobiologicos fazem parte um grupo de técnicas que estão mudando a conduta do profissional medico no tratamento das doenças degenerativas do corpo humano. Tratam-se de uma nova ferramenta, que não faz mais parte de uma expectativa futura, e sim, de uma nova realidade. Que seja muito bem vinda as técnicas minimamente invasivas da MEDICINA REGENERATIVA. Uma verdadeira revolução nos tratamentos médicos.
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O que é a Medicina Regenerativa?

De acordo com o National Health Institute, nos EUA, a medicina regenerativa “tem o objetivo de regenerar tecidos e órgãos danificados no corpo, estimulando os órgãos anteriormente irreparáveis a se curarem”.
O facto de haver doenças crónicas, incluindo a dor, significa que a medicina ainda não conseguiu encontrar cura para muitas condições debilitantes que afetam o ser humano. Sabemos que no presente certas coisas são impossíveis. Discos intervertebrais danificados não podem ser reparados. Algumas lesões nos ligamentos não cicatrizam. Alguns danos nas articulações são irreversíveis. A cartilagem, uma vez perdida, não há maneira de a recuperar. O tratamento nesses casos é limitado a ajudar os pacientes a controlar a dor causada por essas patologias. Às vezes com analgésicos opióides, anti-inflamatórios, outras vezes com tratamentos mais eficazes com a medicina de intervenção da dor. Mas sempre com a noção que a causa da dor permanecerá. Medicina Regenerativa dá nova esperança Há uma revolução em curso que dá uma nova esperança para as pessoas que sofrem de dor crónica. A medicina regenerativa aproveita e amplifica o poder de cura do corpo para tratar condições antes consideradas intratáveis. De acordo com o National Health Institute, nos EUA, a medicina regenerativa “tem o objetivo de regenerar tecidos e órgãos danificados no corpo, estimulando os órgãos anteriormente irreparáveis a se curarem”. Já existem protocolos eficazes de medicina regenerativa disponíveis, e outros estão a ser testados e mostram resultados promissores. Hoje, a medicina regenerativa consegue curar tecidos conjuntivos, reparar cartilagens danificadas e reconstruir, ate certo ponto, ossos fraturados. O potencial futuro é ainda mais emocionante. A Medicina regenerativa poderá criar um mundo onde não há escassez de órgãos doadores, onde as vítimas de lesões na medula espinhal possam andar e onde corações enfraquecidos sejam substituídos. Esta é a promessa a longo prazo da medicina regenerativa. Os milagres de hoje Na Paincare usamos protocolos de medicina clínica regenerativa de ponta para curar algumas das condições que levam à dor crónica. Em muitos casos, os benefícios vão além do alívio da dor para incluir maior mobilidade e capacidade funcional aumentada. Os resultados transformaram a vida de muitos pacientes. Plasma Rico em Plaquetas (PRP) A terapia com plasma rico em plaquetas (PRP) tem sido usada desde a década de 1990 para apoiar a cicatrização óssea, após lesões na medula espinhal e para restaurar tecidos moles após cirurgia plástica. Mais recentemente, o PRP ganhou mais notoriedade tratando das lesões desportivas de atletas de primeira linha, incluindo Tiger Woods, Rafael Nadal e Hines Ward. Hoje, o PRP é usado para tratar tendinites, roturas de ligamentos, músculos danificados e alguns tipos de inflamação. O PRP vem do próprio sangue de doente, é separado em uma centrifugadora para concentrar as plaquetas e outros fatores de crescimento. Em seguida, injetamos no tecido danificado para promover a cicatrização. O procedimento geralmente leva cerca de 30 minutos. Os efeitos colaterais são mínimos e os riscos são baixos: o doente cura-se com os seus próprios componentes sanguíneos. Algumas aplicações clínicas do PRP já apresentam evidências sólidas de eficácia. Outros estão mostrando resultados iniciais promissores, mas precisam de mais estudos. Alfa-2- Macroglobulina (A2M) A alfa-2-macroglobulina (A2M) é um inibidor de protéase natural. Entre outras funções no organismo, inibe a degradação da cartilagem. E ajuda outros processos biológicos a reparar a cartilagem de forma mais eficaz. Para pessoas que sofrem de osteoartrite (OA), a cartilagem danifica-se mais rapidamente do que pode ser reparada. Isso pode levar a dores debilitantes na coluna e nas articulações. Concentrado aspirado de Medula Óssea (BMAC) O concentrado aspirado de medula óssea (BMAC) é uma concentração das próprias células-tronco mesenquimais do organismo e plaquetas. Para pessoas que sofrem de artrite mais grave que não responde a tratamentos mais conservadores, o BMAC pode ajudar a aliviar a dor e promover a cura. Um estudo do NIH do BMAC como tratamento para osteoartrite do joelho constatou que, “Em média, os pacientes experimentaram uma redução de 84,31% na dor em repouso, uma redução de 61,95% na dor ativa e um aumento de 55,68% no score funcional no acompanhamento final. Extraímos a medula óssea do osso ilíaco e depois separamo-la numa centrifugadora para concentrar as células-tronco e as plaquetas. Depois injetamos nas articulações danificadas. Os processos de cura do seu corpo fazem o resto.
Medicina regenerativa também inclui a possibilidade de crescimento de tecidos e órgãos em laboratório, e a possibilidade de implante seguro em um organismo incapaz de curar a si próprio. Esses desenvolvimentos possuem o potencial de solucionar a escassez de órgãos disponíveis para a doação; assim como da rejeição à transplantação de órgãos, pois as células de órgãos são derivadas das células dos tecidos do próprio paciente. Termo largamente atribuído por ter sido primeiramente cunhado por William Haseltine (fundador da Human Genome Sciences),[5] o termo "Medicina Regenerativa" é pela primeira vez encontrado em um artigo de 1992 de um hospital administrado por Leland Kaiser. O documento de Kaiser é constituído por pequenos parágrafos, que tratam de tecnologias futuras que vão impactar os centros hospitalares. Em um dos parágrafos, havia "Medicina Regenerativa" como título em negrito e com uma declaração a respeito: "Um novo ramo da medicina que tentará o curso das doenças crônicas" e, em muitas instâncias, regenerará órgãos e sistemas orgânicos cansados e prestes a morrer. Medicina regenerativa refere-se ao grupo de abordagens biomédicas e terapias clínicas em que deve envolver o uso de células tronco.[6] Exemplos são a injeção de células tronco ou de células progenitoras (terapia celular); a indução de regeneração por moléculas biologicamente ativas injetadas individualmente ou como uma secreção por infusão de células(terapia por imunomodulação - ver Imunoterapia); e transplante de órgãos e tecidos criados in vitro (Engenharia de tecidos). Uma forma de medicina regenerativa, que atualmente tem sido empregada em prática clínica, consiste no uso de sulfatos análogos de heparan em cicatrização de feridas crônicas. Análogos de sulfato de heparan substituem sulfato de heparan degradado no local machucado. Eles auxiliam o tecido danificado a curar-se através do reposicionamento dos fatores de crescimento e das citocinas dentro da matriz extracelular danificada.[9][10][11] Exemplificando, na reconstrução da parede abdominal (como na cirurgia da hérnia inguinal) malhas biológicas tem sido aplicadas com resultados consideráveis.
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